novembro 25, 2003

História e Atualidade

Na mídia: Hebe, a velha perua mocréia do SBT, diz que mataria o assassino se tivesse a chance; Henry Sobel, o rabino americano que nasceu em Portugal, defende a pena de morte.

Me pergunto, vale a pena cair nessa polêmica de novo?
Eu só preciso de dois fatos, um estatístico e um histórico, para me colocar diante desta situação, e nem vale cita-los. O que me motiva a colocar estes fatos aqui é a infinita idiotice que permeia os meio públicos, que contunia a me fascinar.

É evidente que durante (quase) toda história da imprensa, a parte significativa da mesma esteve atrelada às elites econômicas e seus interesses. Mas há algo de estranho quando pensamos assim em relação ao Brasil, e perceba que não estou questionando a riqueza daqueles que são as "ilustres" figuras públicas: Como pode justamente a elite ser TÃO BURRA?!

Quer dizer de um lado temos um figura respeitavel, um líder religioso dito intelectual, mas que num momento de aflição popular prefere atiçar os animos e propagar ainda mais o ódio e praticamente fazer uma apologia à violencia. Engraçado eu achei que a funçao da religiosidade judaica era serena e pacifista. E o "Não Matarás" como fica?

E do outro lado nos temos um ícone popular maracado pelas gafes e erros crassos, a líder das empregadas domésticas mais medíocres (se você lê este blog e assiste Hebe, por favor, pare de fazer um dos dois). Esta, fazendo uma clara apologia à violência, propagando os valores da vingança e, ainda mais épico, da justiça com as próprias mãos!

Duas figuras diametralmente opostas. Defendendo, em linhas gerais, a mesma coisa. Ambos se aproximam inflamando a opinião popular e criando descontento. Isso, históricamente, precede grandes movimentos populares, revoluções e golpes.

Mas isso é um pouco estranho demais. Qual seria proposito? Derrubar Lula? Olha paranóia tem limites, mas alguma coisa muito errada esta. Mobilização popular é o horror das elites, e ainda sim, Hebe Camargo e Henry Sobel, estão em toda a mídia repetindo o que disseram.

Eu não sei de mais nada.

novembro 09, 2003

Pensar num título

Depois de um prazeiroso acerto de programação de 19 horas de sono (foi mal, Rato e Lula), eu reproduzo aqui, brevemente, uma aula de química, mas que pefeitamente poderia ser filosofia. E só reproduzo isso aqui porque me deixa mais certo do que tenho que fazer.

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Imaginemos uma bola, um pouco maior que uma bola de tenis imersa no praticamente nada. Essa bola é amarelada por causa de uma reação: H->He. Que libera MUITA energia, suficiente para que o ponto mais próximo dela (em escala mais ou menos 3 metros) tenha sua temperatura em torno de 470 graus centígrados. O proximo ponto estaria a uns 7 metros da bola. O terceiro, o mais curioso deles, estaria a 10 metros, a este se deu o nome de Terra.

O que é curioso a respeito deste terceiro ponto é o fato de ser habitado por alguns bilhares de micróbios. Estes acreditam saber muito a respeito deles mesmo e do mundo que os cerca, entretanto ainda matam uns aos outros por divergências de opinião, sentem que são os donos e o centro do universo (na escala, a próxima galáxia distaria mais ou menos 1km então não é exagero dizer que estão no meio do nada) , e muitas vezes são incapazes de acreditar naquilo que sua prórpia lógica determinou.

Mais curioso ainda, é que o conhecimento destes micróbios é muito pequeno, comparado ao seu poder de destruição. Se aquilo que eles chamam de civilização, no que diz respeito a auto-conhecimento e compreensão do meio, começasse, digamos em 1km, eles teriam percorrido pouco mais que 1 metro e 10cm ( e vale lembrar que isso foram mais tombos sucessivos do que um passo propriamente dito). E mesmo assim têm em seu poder, um potencial destrutivo para aniquilar seu pontinho algumas bilhares de vezes. Nunca o fizeram, mas já chegaram bem perto disso.

Mas o tempo desses micróbios é pouco. E dentro de mais ou menos o tempo que eles existiram, o H na bola de tênis (o sol) se esgotará, a temperatura será elevada mais um tanto e terá inicio uma nova reação: He->C. O brilho amarelo cessará por algum tempo, sendo substituído por um brilho avermelhado. Bonito, mas catastrófico. A nova reação causará um aumento da massa do sol, suficiente para engolir o primiero ponto, e o terceiro ponto (agora promovido a segundo) ficar absolutamente inóspito para os micróbios que nele existiam antes. Em outras palavras, se os micróbios não desenvolverem meios de habitar o quarto ponto logo eles serão fritos, literalemente.
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Esta foi a introdução à aula de química descritiva, feita pelo professor Ramansoki. Não tem aspas, porque algumas coias eu esqueci, e infelizmente muito do apelo foi perdido.

RudeGuy ouvia Rancid- The Brothels