maio 22, 2005

Deu Errado?
"O problema da vida moderna é que um quarto com 9 meninas era um paraíso, hoje é o inferno"

Não é que eu fui assistir o filme imaginando que ele fosse ser ruim, pelo contrário, os traillers aguçaram minha vontade de vê-lo, criando bastante expectativa em torno de algumas cenas. E eu fui, compei ingresso com antecedência, cheguei cedo, e arrumei lugar bom na sala com som maneiro.

Acontece que o Star Wars, Episódio III: Vingança dos Sith é uma merda.

Tentei me convencer do contrário mas não dá. Pra fazer a extensa crítica bem curta: possuindo um sabre-de-luz, conversar se faz desnecessário.

Alias é interessante notar como os personagens são descontínuos com o resto da saga: R2-D2 é um comediante pastelão que salva a vida de todo mundo; ninguém acha o C-3P0 chato nem manda ele calar a boca; os dróides da federação de comércio, outrora crúeis habilidosos e calculistas, agora são letárgicos e patetas; o conde Dooku que deu um pau no Obi-wan e Anakin juntos e ainda se garantiu contra o Yoda morre como uma mocinha sem mais nem menos; A Nathalie Portman tá feia; e Chewbacca, o wookie mecânico reclamão virou um grande guerreiro truta do Yoda.
Alias, que idéia estúpida foi essa? Pra que colocar ele no filme?

Se formos analizar a história chegaremos a conclusão que o cara que fez a edição dos traillers é um gênio. Não só esse filme faz completamente desnecessários os dois anteriores, mas também habilidosamente desconstrói todas as cenas que pareciam interessantes e que muito prometiam e as faz completamente apáticas e artificiais. Todos nós sabiamos da onde George partiria, e onde teria de chegar. E bem ele fez isso, conectou os pontos com linhas retas, sem nenhuma surpresa, nenhuma reviravolta. Em três filmes ele criou uma profusão obscena de vilões, todos de vida curta e desinteressante que agregaram muito pouco ao desenrolar da história. Até a corrupção do Anakin, que era algo que parecia ser preparada no episódio anterior, se dá por uma preocupação com sua namorada. Ou seja ele chegou no lado negro tentando buscando proteger quem ele amava. Filosófico? Não, tosco mesmo.

E fica pior. Abusaram da computação gráfica. Não bastasse todos os cenários fossem feitos em computador, não existe um único figurante de verdade no filme. Os robôs são de mentirinha, os soldados clones... até o general Greivous, que luta da forma mais sem graça que se possa imaginar pra quem empunha 4 Lightsabers.

Conclusão: Star Wars, pra mim, ainda é uma trilogia da década de 80.

maio 17, 2005

Epitáfio
For old times sake

Foi no fim de 2003, novembro provavelmente, numa quinta feria se não me engano. Meus calçados vermlhos combinavam com a gravata e os cabelos. Eu não me lembraria disso náo fosse uma foto. Realidade é que pouca coisa me lembro daquele momento que supostamente era tão solene.

Mas uma coisa eu me lembro, como poucas outras: O discurso do professor de matemática. Ele se levantou e pediu desculpas para recitar uma música dos titãs, cujo nome entitula este post. E ele foi:
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Devia ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos

Eu estava pra me indispor quando ele conseguiu multiplicar tudo por -1. Pra quem não sabe, epitáfio é aquilo que se escreve na pedra tumular de uma pessoa. Nenhuma pessoa minimamente esperta pode coibir com tamanha idiotisse: levar tantas infelicidade e aflições até o túmulo?

Não. Não quero viver lamentando aquilo que fiz errado. Fiz o que pude, o quanto pude, ou o quanto parecia certo. O passado sustenta o presente e fundamenta o futuro. Mas viver lamentando-se é a fadar-se a eterna derrota.

O crítico leitor há de achar que se trata de auto-ajuda. Pode ser, mas é a única que já levei (e levo) a sério.

Por que falo de tudo isso?
Porque mesmo que este portulano esteja pela hora da morte, há muito queria mudar sua cara. E não ia me permtir fecha-lo, sem ter feito isso.