agosto 18, 2007

Numa Tola Piada
nação de silvícolas

Esses dias eu li em algum lugar uma anedotinha. Ela se passava numa sala de aula, como qualquer sala de aula de anedota, acontece numa série em que as crianças são pequenas, mas estranhamente perspicazes. Para iniciar uma aula após o recreio, com os fedelhos já sentados, a professora diz:
- Muto bem sala, na aula passada nos vimos um pouco sobre a história grega. Quem sabe me responder quem foi o filósofo, grego, que disse a famosa frase: "Só sei que nada sei"?
Ao qual o Joãozinho (sempre ele) responde com espanto:
- Caramba professora! Eu não sabia que o Lula era grego!

Não é uma piada excepcional. E é de se peguntar até que ponto ela é tragicômica, e deixa de ser uma piada pra ser apenas uma triste constatação. E nesse ponto o leitor provavlemente pensa, lá vai ele de novo falar mal do Brasil. Talvez, talvez... mas também acho que se morasse na Lituânia falaria mal de lá, e por outro lado é tão mal asism perceber em qual metáfora negativa essa nação está?

O fato é que nosso alcólico presidente (e outros antes dele) parecem seguir eternamento o mesmo curso de ação. Eu poderia torrar centenas de milhares de carateres, quiçá milhões, pra listar cada uma das minusculitas cagadas políticas, diplomáticas, econômicas e sociais que esse figura, nós inisistimos em culpar. É mais interessante dar uma olhada em como as coisas estão erradas conjunturalmente, a começar por perceber que essa figura, com um místico halo de luz dourada a sua volta e uma faixa verde e amarela cruzando o peito, tem, na realidade, tão parco poder em suas mãos.

Eu já escrevi uma vez que o destino manifesto fodeu com os estados-unidenses de um ponto de vista cívico-moral. Pois bem, hoje eu digo com um bom grau de certeza que o infame jeitinho brasileiro fodeu com essa nação em praticamente qualquer outro aspecto. E veja bem, só digo outro porque ninguém (que eu saiba) tenha tomado o tempo pra julgar esse país e os deslizes que tem cometido.

Também já falei dos deméritos da representação democrática, e o distanciamento que ela impõe nas relações representante-representado. E distância é o fomenta os instintos do egoísta.

E nessa gestão do "não sei, não fui eu, não estive aqui, lavo minhas mãos", as coisas só parecem acontecer quando tem catastrofe. Podia dar vários exemplos disso, dizer que professor só tem aumento na base da porrada, e deixar que vocÊs interpretem o que quiser. Invés disso, eu fiz uma figura, ela não cita todas as crises, nem as maiores, nem as mais recentes, mas é didática assim mesmo.



E pra quem estiver curioso a respeito da rampa mais à direita, sim, existem indícios de que teremos uma nova crise de energia elétrica pelos idos de janeiro de 2008. E dessa vez, simplesmente fazer mais ligações entre as usinas existentes não vai ser suficiente.

Não acredito que as coisas se resolveriam magicamente se, por exemplo, dessem mais atenção aos alertas dos técnicos de aviação. Mesmo que eles soubessem (por assim dizer, pois existe gente dispendendo muita energia pra que eles saibam), provavelmente a alocação de recursos iria implicar numa série de complicações, não só de lobistas enfurecidos, mas quem sabe até de uma população ultrajada vendo dinheiro sair da saúde pra colocar mais gente em aeroportos.

Mas não iria passar do ultraje. A chance de vermos uma turba revolta com forcados e tochas pelas ruas é mínima. Só quem faz alguma coisa quando pisam nos calos, são os que não precisam, os engraçados alunos de ciências humanas que não acreditam em diálogo (e antes que fiquem me pé os seus pelos das costas, estou falando de gente que eu conheço da unicamp). Não, tão profundamente está a fundação desse jeitinho, que é até irônico que seja no diminutivo. E estão de tal forma habituados a isso que é reflexo aceitar essa humilhação. Mas essa incapacidade de agir não é como descreve Dostoievsky nos seus tristes homens da razão, incapacitados de agir por essa. É muito pior, eles aceitam, pois, se estivessem lá fariam igual, e comporiam o dito baixo clero de Severino Cavalcanti, ou pior e terminariam na capa do Jornal como Renan Calheiros.

E se pararmos pra pensar, talvez esse jeitinho mereça mesmo ser chamado de brasileiro. Pois se fossemos colocar, como pede a razão, na ponta do lápis o melhor interesse da cada unidade federal teríamos algo assutador: uma figura tão conflitante que seria surpreendente se tratar de uma país só. Talvez a continentalidade desse país tenha unido sob uma mesma bandeira povos tão contrastantes que a única coisa que impede um século de guerras sececionistas (como acontece vez e de novo no leste europeu), é o conformismo do jeitinho brasilero.

Assim na nossa eterna falta de trasnparência (porque em público, malandro é um cara decente), naquela metafora que diz que na marca do 1km estaria a civilização mas que percorremos apenas 1 metro, qual seria a particiapção do "Florão da América" ? Talvez fazer força pra trás.

Então nessa história de que o malandro atravessa o trouxa (porque malandro não admite dizer que se aproveita), se nos afastarmos e olharmos um pouco mais macro, vamos perceber que o terra do jeitinho brasileiro é na verdade um país de trouxas se prejudicando mutuamente. Invés de amargamente repetir o título do post só vou fazer (mais) uma citação:
"E as árveres somos nozes...."