agosto 27, 2004

Farah
Mas roubarah para fazê-lo

Paulo Maluf.
Político biônico da ditadura militar, mestre de obras faraônicas que dão um novo siginificado a super-faturamento, criador de mazelas urbanas como a ROTA e consequentemente co-autor de diversas chacinas. Uma entidade que faria Al Capone se sentir uma mocinha inocente.

Mas talvez essa seja uma comparação injusta: O mafioso de Chigaco existiu. Eu já vi o ex-prefeito com meus próprios olhos, mas tenho sérias dificuldades de acreditar na existência dessa figura que beira a ficção.

É dificil acreditar no tamanho da cara de pau de uma pessoa como essa.Sua história começa bem cedo, quando tinha um pouco mais que minha idade, foi afastado de seu cargo de tesoureiro do centro acadêmico da Poli (que na época devia chamar grêmio). Da pra ver que não começa bem.

Nos anos seguintes ele se mostra um bom mastim da ditadura: Prefeito indicado pelo presidente Costa e Silva, ele presenteia cada um dos campeões da copa de 70 com um carro (dinheiro do contribuinte, claro); defende o AI-5; constroi o cemitério de Perus para indigentes ou "desaparecidos" políticos como preferir.

Mas isso não é tudo. E pior, não é nem um pouco tão impressionante como outras coisas que ele se propôs a fazer, e deve ter sido intervenção divina que o impediu que fizesse:
- Uma nova capital para o estado, construída de forma semelhante a Brasília pra ser colocada no centro geodésico do estado. Ainda bem que não foi pra frente.
- A Pauloipetro, um empresa pública pra exploração de petróleo no interior de São Paulo, onde tanto o IPT como a Petrobras, já haviam confrimado não haver nenhuma reserva. Mesmo assim foram movimentados 400 milhões de dolares para trazer 200 técnicos árabes e alugar maquinaria para esburacar algumas fazendas.... desnecessário dizer que não deu em nada.
- Uma via expressa, dentro da cidade, que desapropriaria algumas milhares de pessoas sem indenizações, pra ligar, com muito super-faturamento, sua casa à Eucatex (firma onde ele fora vice-presidente e grande acionista). Ah! desculpem isso foi feito, Minhocão, foi Maluf que fez.

E a cara de pau não acaba por aí. Eleito deputado, das 654 sessões que deveria estar presente, ele só foi em 3!

É épico! Um homem que faz absurdos desse naipe, que não bastasse, a cada ano aparece envolvido em mais casos de desvio e lavagem de dinheiro. E como se fosse pouco fala coisas que são dificeis de acreditar: "estupra mas não mata" e "professora não é mal paga, é mal casada".

Mas o seu poder mais impressionante é fazer com que as pessoas simplesmente esqueçam de sua anasalda voz falando que "Se Celso Pitta não for um bom prefeito nunca mais, eu digo nunca mais, votem em mim". Ou não, pior que isso, que convivam de bom grado com toda a extensão das palavras de uma assistente :"todo mundo sabe que Maluf não é santo".

Não é santo. Nem Deus. Nenhum deus é tão manipulativo assim.

agosto 11, 2004

Perguntar não ofende
ofende?

Temporada de caça ao eleitor, de novo.
Eu pessoalmente gosto deste evento, enfadonho pra muitos. É um exercício mental, que não consegue ser levado a diante sem muito sarcasmo e as vezes até um pouco de cinismo.

Por exemplo, vejamos essa candidata a vereadora. Sua estratégia é igualzinha uma arapuca pra passarinho com milho velho. Eu não me lebro qual o seu nome mas ela corre pelo PP. Sua principal proposta, aliás única apresentada até agora, é a legalização dos bingos, e o retorno dos 120.000 empregos inerentes.

Eu não sei se são tantos empregos assim, e não quero discutir a questão bingo. Mas, senhores e senhores, sabem qual é o nome disto? Má fé.

A legalização dos bingos é uma questão que não compete aos vereadores, é algo de alçada federal. Então fica um questão, o que essa mulher vai defender na câmara? Parabéns senhor eleitor, você foi enganado.

No mundo real uma entrada no CONAR (conselho de auto-regulamentação publicitária) seria suficiente pra tirar do mercado. Mas claro estamos falando de eleições, e consequentemente política, onde como muito bem já observou ex-presidente Fernando HC ,"É tudo lama".

Amanhã eu falo do Maluf, que se não fosse árabe seria meu herói.