setembro 22, 2005

Patriotismo em cartuchos de pólvora e chumbo
hum?

Então os cidadãos tem o direito de se pronunciarem a respeito de assuntos de grandes questões de interesse geral. Me preocupa quando fazem esse tipo de coisa, e não é por medo de fazer parte da minoria, mas por ter quase certeza de que a maioria não sabe o que está fazendo quando decide.

Tempos atrás eu teira me colocado contra. Puramente por ser uma forma de restrição de liberdade, eu dizia, certo disso, que o estado não devia ser um pai, e que caberia a cada pessoa pensar o que fazer com sua vida. Mas a verdade é que ando profundamente desacreditado "das pessoas", em especial no julgamento do que elas vão fazer com sua liberdade.

Proibir ou não a venda de armas?
Não é que a venda legalizada de armas seja alguma coisa muito volumosa nesse país. Não é como se os bandidos comprassem suas armas em shopping centers. As armas que não vão poder ser compradas são aquelas que ficam eternidades guardadas, da qual ouvimos histórias de acidentes estúpidos e/ou horrendos.

É certo que a proibição implica numa série de pequenas coisas práticas que facilitam o combate ao crime, e obviamente impede que pessoas façam besteiras com facilidade. Mas acredito que o motivo pra validar essa proibição é mais profundo do que isso, é cultural.

O Brasil é, por excelência ou inépcia, uma nação pacífica. Nossa participação em guerras passadas foi desastrosa. A tentativa de ser imperialista, intermediando a guerra civil haitiana, foi ridicula. E até nossa independência é uma das poucas que não incorreu em derramamento de sangue. E isso é uma coisa ruim?
Que seja por inépcia, mas tem que se ter em alta conta um país que não derrama sangue estupidamente. Nesse ponto somos um exemplo de livro(de A Arte da Guerra, pasmem), um grupo que se faz soberano sem a necessidade de força.

Uma sociedade livremente armada, é uma sociedade que mata. Uma sociedade regrada na força e na constante medição de poderes. A ausência desses instrumentos de tomar vidas não implica o fim da violência urbana, mas marginaliza-los é um passo na direção de uma cultura mais civilizada. Acho ótimo que os segurnaças não possam estar armados, eu nunca me senti seguro perto deles mesmo.

Talvez o ápice da civilização seja mesmo de liberdades plenas. Mas até lá, enquanto as pessoas forem estúpidas, prefiro uma liberdade tolhida que me faz mais seguro.