setembro 28, 2008

Boom, Headshot!
Domingo Bizarro

Não gosto de domingos. Coisas ruins costumam acontecer em domingos, pra que a semana comece pior do que o normal. E hoje foi um dia violento.

Fazendo a longa história curta: um professor adiantou em uma semana a data de uma prova. Mas isso é só o começo. Evidentemente uma parcela grande dos 63 matrículados se indignou, o aviso que a prova mudou para amanhã só foi dado hoje às 15h. Contráriados, escreveram ao docente, manifestando seu descontento.

Agora eu vou lhes dizer, não sei o que disseram, mas a resposta do homem (me questiono se ele merece ser chamado assim) foi violenta. Tem uma clausula no termo de uso do ambiente de ensino a distância que poderia me dar problemas se eu reproduzisse aqui o email dele, mas vou lhes dizer que o conteúdo é vil. É produto da baixeza humana se estendendo como um braço de lama para trazer gente ao seu baixo nível. Francamente, é um pouco triste saber que um homem letrado, dententor de um título de doutor, faz uma coisa dessas. Como disse, é violento.

E eu não acredito em violência gratuita.

E issso vai ficar incólume? Eu trancarei minha matrícula, pois ainda que os créditos me farão falta, não acho que uma cara desses possa me ensinar alguam cosia.

setembro 20, 2008

Alheio
go around and around and around

Certa vez pensei em fazer um post sobre alho com esse título (mais específicamente spbre pizza de alho com borda de alho). Mas este post não é sobre alho. Não sei se é sobre alguma coisa. Certamente não é sobre alguma coisa concreta, como o alho.

Hoje eu fiz a barba no sentido correto, e nem foi tão ruim. Fisicamente.

Tenho sentido que vejo o mundo sem fazer parte dele, ou melhor dizendo sem capacidade de enterferir de volta como gostaria. Pra colocar de uma forma nerd: como se o visse por um proxy laggado. O corpo dói, parece sempre haver mais informação do que tempo para adiquiri-la toda.

Mas, o que isso tem a ver com qualquer coisa? Não sei... Talvez esse seja o real significado de Load Failed. Talvez isso seja apenas mais um efeito (co)lateral de saber que "não existe trabalho ruim, ruim é ter de trabalhar". Talvez seja aquela rouca voz dizendo outra vez que não quer crescer. Não sei.

Ando lendo aquele livro (dito) abominável, escrito por aquele sujeito-biólogo. Encontrei sanidade num pequeno excerto de um certo Betrand Russel, que confesso nunca ter dado muita atenção antes. Achei sanidade, e me agarrei a ela como se fosse alguma coisa signifitiva.

Está aí, pois, como o li:


If I were to suggest that between the Earth and Mars there is a china teapot revolving about the sun in an elliptical orbit, nobody would be able to disprove my assertion provided I were careful to add that the teapot is too small to be revealed even by our most powerful telescopes. But if I were to go on to say that, since my assertion cannot be disproved, it is an intolerable presumption on the part of human reason to doubt it, I should rightly be thought to be talking nonsense. If, however, the existence of such a teapot were affirmed in ancient books, taught as the sacred truth every Sunday, and instilled into the minds of children at school, hesitation to believe in its existence would become a mark of eccentricity and entitle the doubter to the attentions of the psychiatrist in an enlightened age or of the Inquisitor in an earlier time.

setembro 14, 2008

Pseudo-
carborundum

Na longa e solitária estrada, como uma música monótona você ouve o gemido do motor. E pensa naquela pessoa que ficou. Mas seus pensamentos logos estarão caminhando sem rumo, do jeito que sempre fazem. Quando você dirige por dezesseis horas, não há muito o que fazer, apenas quer que a viagem tenha terminado.

Então, à beira da estrada, você entra no restaurante. Enquanto limpa os pés sente os olhares pesando sobre você. Na maior parte das vezes você não consegue ouvir o que dizem, as vezes consegue: os mesmos velhos clichês. Você finge que não te incomoda, mas na realidade quer explodir. Parece sempre estar em desvantagem, sozinho contra muitos, você não ousa se impor.

Tarde da noite, recostado na cama desperto, as vozes na sua cabeça se misturam com o gemido do motor ecoando . E não parece haver nada a fazer. Você apenas queria que a viagem estivesse terminada.

setembro 13, 2008

Discreto
F(u) = \frac{1}{N} \sum_{x=0}^{N-1} f(x) W_N^{ux}\,\!

Todo dia nasce alguém, e nem porisso todo dia é feliz.

Todo dia morre alguém, e nem porisso todo dia é triste. Análogo.

setembro 10, 2008

Aquela música mais famosa do R.E.M.
Loosing my relgion? Não a outra.

Não queria tirar o post anterior do alto desta página. Mas algumas reflexões me tiraram o sono, e se fez necessário.

Talvez o mundo acabe hoje, em função de um gigantesco exercício da curiosidade humana. Pouco provável. Mas quando você põe as coisas em perspectiva, talvez, recriar o big bang na terra não seja das coisas mais seguras que fizemos, então ratifico: pouco provável hoje, mas em um ano quando eles realmente colidirem grandes quantidade de prótons em condições de muito frio e alta velocidade.

Ariscaria dizer que isso tem um certo recalque romantizado de iluminismo, como se dissese "de que vale viver ignorante?".

Confesso que meus conhecimentos dessa física pós-Newton são muito parcos, então não pretendo acusar de absurdo, nem ponderar mais seriamente a possibilidade de um fim. Em vez disso me vi pensando no que isso significaria.

Morte. Sem dúvida nenhuma, talvez lenta e extremamente dolorosa, talvez instantânea e completamente sem aviso, ou alguma coisa no meio desse espectro. Mas é um silogismo até um pouco pobre: fim coletivo implica em fim individual. E assim levanta-se a questão: "morte é certa. E agora o que faço?".

Convenhamos, é uma questão até um pouco cretina. Ou melhor, que revela uma certa dose de hipocrisia, ou no mínimo conivência e acomodação. Por que mudar no final? Desde que entendi que adultos tinham sido crianças um dia, a morte era algo certo. Mas essa é uma postura pouco realista, cristalizada e idealista. Quero dizer, a crítica não impediu que revisitasse uma grande quantidade de coisas não ditas e não feitas.

Tinha a intenção de lista-las. Pelos menos as mais importantes, ou por assim dizer, as mais interessantes. Mas não vou. Conforme a lista se populava, me dei conta, que a parte bonita era muito pequena, até porque em sua maioria já tinham sido feitas e ditas pelo menos uma vez. Por outro lado a parte que se referia as coisas ruins que fiz e que fizeram comigo, parecia se estender ad lacrimae.

O resultado dessa busca não é dos mais fáceis de ser interpretado. Significaria que sou uma pessoa ruim? Ou alguém com um lado belicoso muito inapto e reprimido? Não sei. Mas e se tivéssemos um problema de viés?

Já disse em outra ocasião que, pra mim, é praticamente impossível contar vantagem. Que tenho grande dificuldade em admitir que sou bom em alguma coisa. Mas isso resolve? Seria essa a conclusão? Não me satisfez nem me devolveu o sono.

O podia explicar cada um dos passos que fui e retrocedi madrugada adentro, até chegar aqui. No lugar disso só colocaria a frase que sinalizou o desfecho dessa investigação : Por que lembramos de Hitler tão mais do que de Gandhi?