abril 24, 2004

Pensamento (pré-)Medievalista
OU: o pretensioso problema fundamental da indústria cultural

Há pelo menos 7 anos que eu acompanho críticas de música, e acho que nenhuma desqualificação foi usada tão correntemente quanto "comercial". Isso é óbvio, e talvez eu só tenha resolvido pensar a respeito depois que me dei a ouvir CPM 22 e Metallica um tanto mais (que apesar de não ser o estereótipo de comercial, é um arquétipo, e um bem único).

Mas afinal de contas, o que é uma banda comercial? Uma banda que ganha dinheiro, ou uma banda cujo único propósito é ganhar dinheiro? Existe mesmo algo de tão errado com ganhar dinheiro "fazendo um som"?

Não me entendam mal, existe uma conjuntura firme o suficiente para que não possa ser mudada, em hipótese nenhuma, e sob nenhum ponto de vista. Mas o que eu me propoho a discutir vai além do significado, talvez equivocado de uma palavra.

Cruzou um nó de massa cinzenta uma idéia bem utópica, de que entretenimento não deveria envolver dinheiro. Não haveriam músicos, atores, pintores e nem fotografos "profissionais", as pessoas fariam sua arte pra se divertir e divertir os outros. Sendo essa a única satisfação e remuneração, seria produzido muito menos lixo cultural, e a arte teria um caráter bem mais sincero.

Mas claro, é uma idéia hippie demais pra funcionar em qualquer lugar fora da Escandinávia.

RudeGuy ouve metallica- sanatorium

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