julho 08, 2005


Politicagem e nihilismo

Ontem nós sentamos em família pra assistir, ao vivo, às sessões da C.P.M.I. do Mensalão. Nem em final de copa ficamos tão atentos à TV.

Já eram mais de oito horas da noitem, e o inquérito para com a secretária já se estendia a mais de 3 horas. A cena era impactante, pra não dizer comovente. A sala dos políticos, populada por ternos caros, e vazios termos de respeito permeando frases indecorosas que pretendiam, mais do inquerir uma depoente, coloca-la no banco dos réus. Naquele meio estava ela, a Sr.a Fernanda Karina, de uma simplicidade impactante, feia coitada, visivelmente cansada, e nela se concretizava um contraste fabuloso. A malícia de cada um do questionadores morrendo em respostas tão simples, diretas e evidentes que pareciam terminar com "..., seu idiota!".

E piora. O despreparo de alguns representates, até em falar, era assustador. Alguns sem nenhum tato, se defendiam sem se quer serem atacados. Mas o buraco é mais fundo. Ver Pedro Cardozo do PT de São Paulo, pai de ex-colegas meus, insistindo em questionar a integridade da testemunha, arremessando termos obscuros na esperança que ela se confundisse, enfim bancando o algoz da secretária, PTista coitada. Por outro lado, na hora de questionar o careca desagradavel, o sr. Marcos Valério, avalsita do PT e acusado de ser o operador do esquema, o Sr. Cardozo não tem a mesma verborragia, nem parece ter o mesmo preparo.

É triste acompanhar a história do PT. Sair por cima nessa história seria tão simples. O presidente Lula não tinha minha confiança desde que alnçou sua candidatura pop star, e agora reluta em assumir a dureza que lhe é necessária. Pensemos, ele construio os ultimo anos da vida dele em função disso, e foi traído por quem ele considerava amigos. Não vejo porque tanta preocupação e pesar, um bom lider saberia: os amigos que traem devem ser punidos mais severamente que os adversários.

E porque não ir mais além? Aproveita a insatisfação popular, e jogar projeto de lei:
-Pra trafico de influencia, corrupção, lavagem de dinheiro e estelionato, 25 a 50 anos em prisão comum. Ainda incorre no cancelamento do direito de se candidatar a qualquer cargo público e de votar.
-Ficam suspensos todos os sigilos bancários, telefonicos e eletrônicos de qualquer um em exercício de função pública, seja ele presidente, juiz, verador ou fiscal.
Nessa história de cada um por si, dúvido que não seriam aprovadas.

Um comentário:

Luiz Felipe Amaral disse...

A melhor parte foi quando um deputado (PT-RJ) perguntou à Fernanda Karina porque ela não tinha saído do emprego se desconfiava que estavam sendo feitas coisas erradas. Ela respondeu:

"Deuptado, eu tenho que pagar as contas."

Só faltou dizer: "Deputado, eu não decido o aumento do meu próprio salário."