julho 26, 2008

Mais uma da República dos Bananas
Excelentíssimo senhor ministro, vá grampear do ânus da senhora sua mãe!

Não gosto do governo brasileiro. Não gosto do atual, nem dos anteriores. Não gosto da forma de gestão anárquica, dos jogos partidários. Não gosto do desrespeito com o cidadão, nem (citando o finado Jeferson Péres) da inerente dilapidação do capital ético deste país promovida por este grupo.

Mas ainda existem coisas que me deixam perplexo. O Brasil tem um ról de acontecidos que não podem ser definidos como outra coisa se não patéticos. São situações absurdas, que não sei se devo rir desesperadamente ou chorar. Situações tais quais Dom João VI propondo anexar a Guiana Francesa, como forma de retaliação às ações de Napoleão na Europa. Uma idéia cretina, que por incrível que pareça foi revisitada mais de uma vez no século 20.

Pois bem, a declaração do ministro da Justiça Tarso Genro, nesta última Quinta-Feira, cai dentro dessa classificação, ainda que de forma um pouco mais branda. Ele disse:

"Chegamos a um ponto que temos que nos acustumar com o seguinte: falar no telefone com a presunção de que alguém está escutando."

Seria uma injustiça (rá!) tirar a frase de contexto, gerando um alarde sensacionalista (viu, me enSinaram) de que está pra se instalar um governo big brother. Pra minorar um pouco a patetice da coisa toda, o ministro disse que esse tipo de coisa poderia ser feito por indivíduos e instituições privadas "dado o grau de sofisticação que a parafernália eletrônica chegou".

Não, senhor ministro. A parafernália eletronica não alcançou algum grau muito especial de sofisticação recentemente. Na verdade me lembro bem da farta oferta (especialmente pelos anunciantes na gritando nas ruas) desse tipo de aparelho no centro de São Paulo, a mais de 10 anos atrás.

A escuta telefônica é uma invasão de privacidade muito séria, e ainda que não cause danos materiais facilmente quantificáveis, é sem sombra de dúvida uma forma de de violência. E como o senhor deve(ria) saber, a violência é monopólio da polícia em um estado de direito.

A declaração entra pra galeria da infâmia não por ser um paralelo cretino a dizer que qualquer um pode morrer num semáforo, mas por estar claramente atestando a incompetência da parafernália judicial e policial deste país. Parabéns!

3 comentários:

Gabarra disse...

Me sinto até um pouco mal de sentir necessidade de explicar isso, mas quando disse big broher, quis remeter ao romance de George Orwell, não ao programa da Globo.

Anônimo disse...

já te falei que você é um dos poucos antros de bom senso na vida, giga?

dane disse...

cu de mãe grampeado q